terça-feira, 2 de julho de 2013

Notas de inverno sobre impressões de verão.

Por que? Por que isso tudo de novo? Por que não consigo me bastar? Por que tenho que continuar sendo uma eterna romântica?

Acho engraçada a vida.. quando parece que você conseguiu algo que parecia tão perto do que se almejava, parece que não tem graça. Depois de relutar algum tempo e pensar, e avaliar também, você percebe que realmente não era aquilo que você esperava que fosse e se joga de novo naquele ciclo que você jurou que nunca mais voltaria.

O engraçado é que, depois de algum tempo, e depois do ceticismo ter praticamente tomado conta de você, você começa a se apegar de novo em qualquer fiapo de esperanças que lhe dão. Esperanças de que não, você não está sozinha; mas na hora de ir dormir, é a sua cabeça, de novo, sozinha, que está lá. E você tenta se conformar então dizendo para si mesma que é melhor ter calma mesmo, que algo melhor virá para você. E o ciclo se repete novamente frente a qualquer amostra ou migalha de carinho que se segue.

Estava lendo um livro esses dias, do Sartre (o existencialismo é uma porrada na cara de quem se sente solitário) e Antoine Roquetin me compreende perfeitamente:

"É isso então o que me espera? Pela primeira vez me incomoda estar só. Gostaria de falar com alguém sobre o que está me acontecendo, antes que seja tarde demais, antes que eu comece a assustar os garotinhos. Gostaria que Anny estivesse aqui".

E não é a primeira vez que me corrói as têmporas, mas, de alguma forma, é a primeira vez que faço uma análise concreta sobre ela. A idade está passando, não tenho mais 16 anos (como gostaria de ter novamente), nada é mais tão colorido como costumava ser.. só vejo a frente um futuro de muito trabalho.. mas um trabalho solitário, e para que? Para engrandecer vaidades pessoais? Qual o objetivo maior disso tudo? Pela primeira vez eu posso dizer que, sinceramente, eu não sei..

No mais, eu vou levando.. os dias de inverno são alentadores para a alma, mas não tanto para o coração.

Paola.


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