segunda-feira, 15 de abril de 2013

Fix you.

Ele me mandou um e-mail dizendo: "estou saudoso de você. Porque você some de mim?". A minha resposta foi a de sempre. E nem poderia ser diferente. O mesmo discurso velho e batido, as mesmas desculpas, o mesmo blá blá blá. Talvez só signifique isso para ele e para o resto do mundo que me lê. Mas eu não sei até que ponto vou aguentar.

"Eu também sinto a sua falta e a sinto com veemência. Mas, realmente, não tenho mais forças para nada. O buraco que eu me enfiei, acho que não tem volta. Nada faz sentido, nada está certo. Eu vivo cansada e não tenho energia. Sei que reclamar não ajuda, só faz me deixar com fama de chata reclamona e é por isso que eu não falo nada. E os dias passam sempre assim, medíocres. Falhei em todas as tentativas de fazer diferença em alguma coisa. Falhei quando tentei ser bem sucedida e etc e tal. Sinto que vou passar a vida toda como estou, trabalhando feito doida e ganhando um salário que mal dá para pagar as contas.
E quando eu digo algo referente ao meu descontentamento geral com o fato de estar viva, as pessoas se assustam! Perguntam 'mas e o relacionamento? Não vai bem?'. Vai, vai sim, vai normal. Ele é ótimo, se eu falar qualquer coisa que não seja isso, estarei mentindo. Mas o ritmo é diferente. Os desejos são díspares. Os objetivos são completamente contrários. E a culpa não é dele. Pelo contrário, ele tem sorte de poder levar a vida como leva. O que não dá pra acontecer é achar que posso ser igual, simplesmente por um motivo: eu não tenho condições. A minha jornada é tripla e a minha energia vital está completamente reduzida. É o fim, não vejo outra solução.
Quanto aos amigos, ótimos amigos que tenho, não poderia ter melhores. Querem me proteger do mundo, mas não sabem que a degradação vem de dentro de mim. Não adianta eu meter o pé em tudo, brigar com o mundo se a destruição é interna. São situações diferentes. Eles estão errados? NÃO! São só “sortes” diferentes. Se eu meter o pé em tudo, o que me resta?
A cobrança é exacerbada, por todos os lados. Quando o meu celular toca, me dá desespero, porque eu sei que é problema. Ninguém me liga pra dar uma solução, ou pra dizer parabéns ou obrigada. Não que eu queira isso, ou que faça diferença, mas a aversão que eu peguei de celular é difícil explicar.
E é por isso que eu sumi, porque sou igual bicho açoitado que rosna e entra na toca. Você conhece".

A resposta dele: "é, eu bem conheço".

Heleninha

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