terça-feira, 2 de setembro de 2014

Break my heart.

Tudo o que quer me dar é com a leveza da idade, das experiências não tidas, da falta de ver o mundo por aí, o mundo que eu já vi (e bastante).
A sua beleza, de alma, deixa-me desconfortável. No fundo eu sei que há coisas muito melhores que eu por aí e que a sua ingenuidade leve não te deixou ainda ver.
O que você quer de mim é pesado demais para eu te dar, apesar de você achar que não é, é pesado para o meu coração tão calejado e perfurado.
É para ser leve, eu sei, mas você pede leveza de alguém que carrega o peso do mundo nas costas.
Ainda não sei como te dizer isso, mas provavelmente te farei sofrer, ou pior, te transformarei em alguém igual a mim, sem uma alma capaz de ter sentimentos genuínos. Mas, ao mesmo tempo, não quero te pedir para partir.


How can I ever believe in you?
When all you do is break my heart.
Now all you do is break my heart.

domingo, 3 de agosto de 2014

Kiss me hard before you go

Hoje, depois de 8 meses, ele apareceu aqui. Na verdade ele brotou no meu whatsapp como quem nunca havia saído. Veio me falando que as coisas estavam complicadas, que ele estava muito confuso com tudo o que acontecia entre a gente. E estava mesmo... eu também estava.

O problema foi esse, você é legal demais, Paolla. Você é boa demais, Paolla. Eu queria namorar você, mas não podia, Paolla.

E agora você volta e quer o que de mim?

Conversamos sobre coisas triviais, da nossa vida, do nosso cotidiano... dos museus novos que ele foi (e de como eu, no mundo ideal, gostaria de ter ido - junto com ele, claro), dos nossos projetos de vida, de estudos e tudo o mais.

Perguntei quando ele iria se casar, e ele disse que estava muito longe ainda.

Perguntei se seríamos amigos - no mundo real. Ele disse que seria possível, mas respondi que não queria ser convidada para o casamento dele.

E então ele perguntou se eu estava saindo com alguém, respondi que estava saindo com pessoas mas que não eram nada sério. E ele fez piada, como sempre.

Foi tudo muito estranho e surreal. Ver esse sorriso de novo, esses óculos de nerd, essa risada... e o como ele gosta de implicar comigo, fazendo as crianças da 2a série parecerem adultas.

Perguntei se ele gostava de mim, e ele disse que sim. E que se sentia culpado..

Fiquei com vontade de beijá-lo... saí do carro.


Paolla

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Culpa das estrelas.

É difícil constatar que depois de 06 meses você ainda está nessa. Ainda está nessa de gostar da mesma pessoa.. e o pior, gostar de uma pessoa que você não fala há pelo menos 05 meses.

Hoje fui ao cinema com um peguete, assistir a um desses filmes água com açúcar que toda mulher gosta e que os homens vão sempre obrigados. Eu já havia visto o trailler, e na hora em que vi me lembrei dele. A mesma fisionomia, os mesmos trejeitos, o mesmo sorriso charmoso que me derretia na hora em que o via. Como foi horrível, como foi doloroso, saber que eu nunca mais o verei, sentirei seu cheiro ou ouvirei sua voz e sua risada. Como foi doloroso assistir ao filme e me lembrar das suas piadas, do jeito com que você me fazia rir, do jeito com que me deixava apaixonada.

O pior mesmo foi o chorar. Chorar com a tristeza do filme (igual a todos) e chorar também pela perda, pela perda do meu ideal romântico, do homem que eu julgo ter as qualidades essenciais para mim. Do homem que me faria fazer de tudo para ficar com ele e que teria a melhor mulher do mundo.
Mas não foi assim, nos encontramos na hora errada (como sempre, né?). Eu não estava lá, ele não estava lá.. nos desencontramos em algum lugar do tempo e do espaço. Talvez em alguma outra dimensão, a dimensão dos finais românticos e felizes tenha algum lugar guardado pra gente. Mas não foi dessa vez, não foi nessa vida.

Sabe do que eu tenho mais medo? Não é nem de ter perdido, é medo de não conseguir te substituir. De não conseguir me encantar por mais ninguém do jeito que eu fui encantada por você.

A culpa é das estrelas, só pode ser.


https://www.youtube.com/watch?v=y-oRLaqYr3c


Paolla.

domingo, 23 de março de 2014

I'm back!

Olá, mortais!

Para alguns é inacreditável. Para mim, apenas mais um rumo desconhecido que a vida resolveu me levar. Estou feliz por voltar ao blog e justifico minha ausência também com felicidade: estava ocupada, me casando.

Aos que não sabem, nos últimos anos eu havia vivido sozinha. E, se deus existisse, somente ele saberia o quão sofrida foram algumas noites. Sem qualquer perspectiva de mudança, a solidão é algo que resseca a gente. Não sei ao certo explicar, mas a dedicação ao trabalho aumenta 1 milhão de vezes, sem garantia que nele você permaneça, assim como eu não permaneci. Por vezes e mais vezes vi a única coisa a que eu me agarrava se esvair entre meus dedos.

Em fevereiro em 2012 eu comecei a me relacionar com um "nice guy". Antes que eu pudesse assustar já era namoro e antes de eu pensar mais uma vez, fomos morar juntos, em novembro deste ano que se passou, 2013.

Fazendo uma análise dos dois últimos anos, 2013 foi um ano melhor, tendo em vista que 2012 deveria ser apagado da história da humanidade. E, mesmo sendo um pouco tarde, pois já estamos no final de março, desejo a todos um feliz 2014. Estou montando uma série das minhas novas aventuras deste ano, entrei em um novo curso na Universidade e retornei às carteiras sujas da UFMS. Já fiz algumas amizades e, como era de se esperar, já tenho um desafeto. E essa vai dar pano pra manga.

Em breve nos veremos novamente ;)

Saudosa, Heleninha

quinta-feira, 20 de março de 2014

Da vida dos outros que também é a nossa.


"Tendo a achar que minhas amigas magras têm prioridade. E estou quase sempre certa". 


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Peço licença para publicar um texto que não é de minha autoria mas, em todos esse anos eu nunca achei um texto que descrevesse com tamanha perfeição tudo o que já passei. 

Só quem já passou por isso entende os olhares de reprovação que todas nós gordas já recebemos um dia por não nos enquadrarmos no papel do corpo perfeito. 

Mas eu tenho esperanças sinceras de que isso um dia ainda mude. 


Beijos,

Paola.


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Minha vida de gorda


Eu cresci da mesma forma que várias meninas. Com um agravante: sempre fui gorda. No início da adolescência, ouvia dentro de casa que todas as minhas amiguinhas eram magras e lindas, e eu era gorda. 

Ouvia que, embora eu fosse inteligente, articulada e politizada, nenhum garoto ia me querer, porque eu era gorda e as minhas amiguinhas eram magras e lindas. Eu ouvia que não conseguiria correr se fosse preciso, porque era gorda, e as meninas que andavam comigo, não. Ouvia que nunca teria namorado, porque era gorda, e todas as minhas amiguinhas teriam, porque eram magras.

Na escola, ouvia que eu era uma baleia assassina, orca, feia, gorda. Durante um tempo, na 6ª série, garotos e garotas da 8ª me perseguiam pelos corredores, me olhando e rindo, e quando eu perguntava o motivo, me chamavam de “magrinha” e riam. Sempre fui briguenta, a diretora acabou com a festa deles em dois tempos. Mas as consequências disso ficaram em mim pra sempre.

Fiz dieta, perdi vários quilos. Pra minha família eu estava, enfim, bonita. “Ainda poderia emagrecer mais”, ouvia. Mas cansei.

Já maior, quando comecei a sair e ficar com os meninos, ouvia outros meninos tirando sarro deles. Diziam sempre que gorda não é pra namorar, é pra comer e acabou. Eu era virgem. E durante muito tempo achei que ninguém ia querer me comer. Até acontecer de fato, eu achava que eles não quereriam mesmo.

Na faculdade, conheci todo tipo de gente. Me soltei, mas nem tanto. Ainda carregava comigo o estigma da gorda-feia-rejeitada dentro de casa, na escola e pelos garotos. Estudei numa federal, tinha todo tipo de gente lá. Inclusive gente que acha ok pegar mulheres gordas. Como já era esperado, me envolvi com movimento estudantil e, mesmo na militância, enfrentei alguns preconceitos. Mas já estava mais fortalecida, calejada, eu diria. Passei o rodo em algumas festas e chopadas da faculdade, me senti mais livre e confiante. 

Conheci um cara por quem me apaixonei de primeira, e ele por mim. Começamos a ficar e eu notava um distanciamento proposital. Entre idas e vindas, um dia a confissão: nunca pensei em namorar uma garota como você. Como eu? – questionei. Sim, gorda – respondeu. Foram anos de um relacionamento pautado no amor, mas também na minha insegurança.

Mais de quatro anos depois, solteira de novo, me vi tendo que pensar sobre isso de novo. Vivo entre o fio de duas espadas: a realidade concreta, que “separa as mulheres bonitas das gordas”; e meu inconsciente, que tende a jogar minha autoestima pro negativo. Eu pego os caras, é claro que pego. E não sou feia, não. 

Mas quem disse que eu consigo achar que aquele comuna barbudo gatinho vai me dar mole? Quem disse que eu consigo flertar naturalmente no bar? Não, não consigo. Tendo a achar que minhas amigas magras têm prioridade. E estou quase sempre certa.

Esse não é um desabafo deprimido. Eu estou bem. Só estou contando isso pra vocês porque pretendo contribuir pra que meninas não sejam criadas dessa forma. E pra que meus amigos parem de fazer piadas com gordas e gordos, de chamar alimentos saborosos de “gordice” e colocar a hashtag #vaigordinha a cada refeição feita. Espero ajudar a repensar. Mas se não ajudar, foda-se também, que me odeiem.

Sabem aquelas fotos que “flagraram” as expressões das pessoas ao olharem pra uma mulher gorda na rua? Então. Vira e mexe acontece comigo. E não, isso não é um estímulo pra eu emagrecer e “ficar linda”. É um estímulo pra que eu lute diariamente pra que minha sobrinha não passe por isso. E pra que eu lute contra as consequências das atitudes de idiotas como vocês. Não, eu não vou ser magra. Nunca vou ser. E a cada dia preciso reinventar formas pra lidar com isso. A cada dia preciso me ensinar a me amar. Eu poderia ter sido uma jovem normal, mas não fui. Graças a vocês. Obrigada por isso.


PS: Tem coisa que me faz mal. Não importa o quanto eu milite, escreva e opine sobre o assunto, não consigo me distanciar. Tá em mim, não sai, não tem como. Não tem solução.



Texto escrito por Mari Vedder no blog http://marivedder.wordpress.com/

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Do direito de dizer não.

Queria escrever sobre outra coisa que não cabia no post anterior. Bom, vou fazer uma rápida introduction.

Desde que emagreci comecei a sair com muita gente, principalmente pra esquecer o Fra_n_cis (ler post abaixo), e então fui conhecendo toda sorte de gente, e fiquei com muita gente também (sem julgamentos de moral por aqui, hem? Senão mandarei vocês irem assistir a Scherazade), enfim. Em um desses rolês que conheci as pessoas trombei com um carinha que julguei, a priori, ser muito bacana. Ficamos nessa festa inicial, a noite toda, conversando como se não houvesse amanhã, ele me trouxe em casa e ficamos aqui na porta por mais 2 horas. Ele era engraçado e divertido e disse que pegaria meu telefone e que não era pra eu atender se ele ligasse.. rsrs

E nisso se seguiu quase uma semana toda, ele me ligando todos os dias e nós passando horas no telefone e conversando sobre tudo. No meio dessa semana ele me ligou e disse que queria tomar uma cerveja comigo e eu aceitei claro. Ele me levou em um lugar lindo, comemos e bebemos, só que o bar fechou cedo (era dia de semana) e já chegamos lá tarde, ou seja, não queríamos que o passeio acabasse tão brevemente assim.. Fomos então, ao que achei, ao menos, tentar ir a outro bar.

Aparentemente a 2a opção também estava fechada e começamos então a dar voltas de carro pela cidade, e isso me dá um certo medo, porque não conheço bem as coisas, e estava com uma pessoa nem tão conhecida assim, e todo aquele dever de cautela que temos que ter não estava sendo cumprido.
Quando vejo, estávamos com o carro entrando em um motel e nem tive tempo para ter reação e perguntar o que é que estávamos fazendo ali.. assim, do nada, sem o meu consentimento, sem perguntar se eu queria, sem nada (o que é muito estranho devido ao fato de que no tempo em que ficamos jamais rolou nenhum tipo de pegação mais forte, nem nada do gênero).

E ao entrarmos dentro do quarto rolou toda uma situação chata e estranha com a pessoa tentando me fazer ficar com tesão e eu já extremamente emburrada e sem vontade, com cara de paisagem, ficando fria como uma pedra e ele vindo me abraçar e me pegando, e eu sentindo asco. Sei que corri vários tipos de risco ali, sei que poderia ter acontecido muita coisa pior e horrível comigo, eu poderia ter, de fato, sofrido um abuso e ninguém jamais iria me socorrer porque é normal pessoas gritarem em motéis, mas o que me pergunto é o que leva alguém a fazer esse tipo de coisa? Será que os homens não sabem que para o sexo ser legal ambas as partes devem estar com vontade e consentirem? Será que não sabem que nós temos o direito de dizer não?

Eu não sei, eu me recuso a entender que em pleno século 21 os homens ainda acreditem que as mulheres possuem a obrigação de se deitar com eles, ou que acreditem que aquela menina que parece ser liberal porque conversa de sexo abertamente também tem a obrigação de se deitar com ele.

Sei lá, só queria desabafar um pouco sobre isso.

Sem mais por hora,


Paolla.

Do verão e outras coisitas más!

Caramba, tem tanto tempo que não venho por aqui. Muita coisa mudou, claro (nota mental: escrever mais vezes por aqui).
Eu gosto de voltar aqui e ler as coisas que escrevi muito tempo depois. Enfim, vamos ao que interessa.
O que eu quero falar neste post por hora:

2o Semestre de 2013:

- Descoberta de doenças associadas à obesidade (sim, Brasil, cheguei a este ponto que nunca esperei chegar na minha vida pois achei que só acontecia com os outros e que jamais aconteceria comigo);
- Desemprego;
- Montar escritório;
- Emagrecimento e a volta por cima;
- Fran_cis_can_o (vamos dificultar a busca do google, né? rs)

Pois é, como sempre eu arranjando sarna para me coçar. Gostando de outra pessoa comprometida! Será que isso não vai ter fim? Paguei paixão legal, mais uma vez. Juro que pensei até em fazer macumba (podem rir, rsrs) mas achei melhor não, já que essas coisas voltam 2x pior pra gente.
Mas sabe, dessa vez a culpa não foi só minha.. eu juro que haviam sinais! HAVIAM SINAIS, eu não sou louca! Nego me tratava igual a uma namorada, levava pra passear, e tudo aquilo mais que a gente já sabe.
E ahh, só um detalhe, jamais transamos. E por que? Nem eu sei bem, mas a explicação que ouvi é de que isso nos juntaria mais, enfim.. não faz mais diferença agora.

E aí veio o verão, e eu viajei pra casa, e não tocamos mais nesse assunto, o que foi bom, de uma certa forma.. nos afastamos bastante.

Summertime sadness

http://www.youtube.com/watch?v=93CZ6oFR8Q0

Kiss me hard before you go, summertime sadness, I just want you to know, that baby you are the best.
I think I will miss you forever.


Paolla.